De temática forte, emocional, atualíssima porém com execução desastrosa. Fala da milhares de apagamentos, mas salta os olhos o apagamento que o filme faz em relação à Marielle que mulher, negra, lésbica que não foi sequer visualizada num cartaz, muro, fala ou folheto. O quase nojo da palavra quilombo, preferindo a palavra americanizada de afrobunker. A criminalização do movimento social ao igualar o estado fascista e o movimento afrobunker ao mostrar numa mesma sequência as duas únicas mortes violentas do filme, uma realizada "sem querer" numa briga entre o personagem do seu Jorge e os representantes do estado fascista e outra dentro do afrobunker também em uma briga. A referência no material de propaganda do filme como sendo Black Mirror e Parasita novamente sem fazer referência ao principal filme distópico brasileiro do séc. XXI: Bacural! O filme de Lazaro Ramos é um filme liberal na sua ideologia (by USA), na sua proposta e nada tem a ver com o movimento popular, não é à toa que o seu final, muito interessante, seja Capitu e Antonio fugindo sós, salvando apenas a si mesmos, algo que me parece ter sido, por ato falho, autobiográfico.