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O projeto de Elon Musk chama-se starlink, trata-se de uma constelação de satélites, cerca de 30mil, na chamada órbita baixa da terra (entre 300km a 1000 km), desta forma consegue, em teoria, fornecer acesso de baixa latência (baixo atraso) a velocidades altas (previsão do projeto é de 1Gbps) em qualquer ponto da terra excero nos polos.
Nessa constelação cada um dos 30 mil satélites tem que ser subsituído a cada 5 anos gerando uma quantidade descomunal de lixo espacial que não há qualquer planejamento para ser reciclado, gerando problema de possíveis colisões com outros satélites e foguetes além de interferência na forma de poluição visual e de sinais na observação astronômica.
A starlink está na fase de testes oferecendo uma velocidade estável de 150Mbps com picos de 400Mbps com os custos atuais de aquisição pelo usuário bem salgados, a taxa de adesão é de 99 dólares, ou seja, 562 reais pela cotação atual e além disso tem de comprar um conjunto de equipamentos com o custo de 499 dólares ou seja 2.800 reais aproximadamente, como se não bastasse ainda tem que pagar uma mensalidade no valor de 99 dólares - mais 562 reais. 4mil reais para começar a usar.
Pela análise dos custos do projeto logo se vê que a implantação em locais remotos no Brasil torna-se inviável para uso particular, tornando-se viável somente com subsídio público ou para grandes projetos de exploração mineral ou agroflorestal.
O que Elon Musk quer na parceria com o Brasil é que paguemos os custos dessa estrutura usando os recursos públicos em um serviço ainda não testado e que como todo serviço via satélite, se torna pouco útil em locais com muita chuva ou nuvens como o Brasil e a Amazônia. trata-se também de um monopólio completo da infraestrutura por uma única empresa o que, em geral, leva a problemas de transparência de dados, censura, roubo de dados e espionagem corporativa.
O serviço é caro, de logistica complexa, com dúvidas quanto a qualidade e ainda mais dúvidas em relação ao seu uso na Amazônia com tudo pago em dolar, em resumo não é um projeto para inclusão digital das pessoas, no máximo para ligar em rede empresas e grandes projetos de exploração, ou mesmo ações do crime organizado e garimpo ilegal em áreas de floresta e indígenas.
ATUALIZAÇÃO: ANTENAS DA STARLINK NA TERRA YANOMAMI